quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Qualquer coisa sobre Villeneuve, comunicação, eu mesmo nisso tudo


Esta é a minha ùltima semana a Villeneuve. Na verdade, os ultimos dois dias.

Acho que esta serà minha ultima postagem enquanto estiver a Villeneuve. Faltando pouco mais de um dia prà ir embora, devo conseguir estabelecer uma reflexão qualquer sobre esse primeiro mês por aqui.

Eu anjdei pensandomuito por esses tempos sobre comunicação, e os motivos são mais ou menos obvios. A forma como você se exprime, na sua lingua, é um produto final que torna essa expressão fundamental prà tua identificação, enquanto uma pessoa e enquanto membro de determinados grupos. Aqui, isso fez muita falta.

Aprender a pedir àgua, comida, a atender o telefone e comprar um sapato é apenas o inicio da aprendizagem de qualquer lingua, e tem de ser, mesmo. Uma lingua nasce, pensando no seu surgimento enquanto produto de um grupo humano, com esse tipo de conceito, acredito, e a gente a aprende, quando é criança (ou quando tem de voltar a ser, numa situação como a em que eu estive), primeiramente prà exprimir esse tipo de coisa. Isso tem relação direta, claro, com qualquer coisa de primàrio, também, pro ser humano. Nesse primeiro momento, portanto, em que nosso vocabulario e nossa capacidade de articulação se resume praticamente a esse tipo de situação, é um pouco como se você também se resumisse, nesse periodo, a qualquer coisa dotada somente dessas necessidades.

Depois de um tempo, essa situação não é tão legal assim. O sentimento de não pertencer ao lugar é forte e real porque você não pode se exprimir no conjunto de conceitos daquelas pessoas. os conceitos podem até ser muito parecidos com os da sua lingua natal, mas você não sabe como traduzi-los e a incomunicabilidade é sentida de forma muito forte, no inicio. Não digo que senti falta de uma boa conversa todo o tempo porque tive, nesse periodo, outros brasileiros por perto, mas o tempo em que conversàvamos em português não era muito grande, justamente prà acelerar o processo de aprendizagem, e não era certamente suficiente prà suprir a falta.

Eu jà disse que no nosso jeito de falar esão presentes muitos identificadores, pessoais, de grupo, de contexto social. Isso pode ser sentido de muitas formas. Jà tive algumas conversas sobre isso no Brasil. Eh mais ou menos como a sensação de alguém que começa a ler Nietzsche, e no inicio não entende muita coisa do que està lendo. Depois, começa a entender melhor, à medida em que vai lendo de novo, lendo com atenção, vai assim compreendendo cada vez melhor o que o autor quer passar. Começa, quando conversa com outros sobre o que leu, a utilizar os conceitos do autor, desenvolvidos explicitamente ou não na obra. Nesse ponto, você se acostumou, jà, com o arcabouço conceitual do cara. Ai, tudo fica muito mais fàcil, mas não é porque o livro se tornou mais fàcil. Eh a forma de falar, a forma de passar as ideias que estão mais claras. Você construiu, jà, uma ponte de comunicabilidade com o autor. Sacou, tanto quanto possivel, o mundo do cara, a forma como ele vê e interpreta as coisas.

Isso acontece muito, também, quando você conhece uma pessoa nova, uma daquelas pessoas que passou muito tempo, jà, pensando nas coisas, que jà teve contato com muitas pessoas e obras que também eram humanamente ricas, e absorveu, interpretou aquilo, construiu sobre tudo aquilo. Que, portanto tem um arcabouço conceitual rico, bonito. Quando eu digo nova, é num sentido especifico, quero ser claro quanto a isso. Jà conheci pessoas novas, ricas e muito bonitas por dentro (quando disser "bonitas", o "por dentro" vai ficar subentendido daqui por diante. Tem mais do que praticidade de expressão nisso), mas que não eram muito novas prà mim. Sempre hà algo, e isso é sempre legal, mas muitas vezes o grosso da coisa é jà parecido, e não é dificil estabelecer logo aquelas conversas enormes, trocando figurinhas, filme preferido, livro, cor, mùsica que toca fundo. Acontece, porém, de às vezes você sentir aquela sencação de absoluto estranhamento com relação a qualquer coisa. Não é desprezo, porque você nem sabe o que é aquilo prà poder desprezar. Eh simplesmente algo absolutamente sem sentido prà você. Jà senti isso em filmes, jà senti isso com livros, jà senti isso com pessoas. O sentimento é muito parecido.

Isso me faz muder um pouco de assunto, porque eu pensoque tem mais de uma forma de lidar com o aparecimento do novo. Muitas vezes, e infelizmente, a gente não consegue perceber o novo que tem là. Eh que o novo é realmente muito novo. Você simplesmente não tem conceitos prà nomear, classificar, absorver aquilo. Então, você não absorve. Eh aquele mesmo principio segundo o qual, de tudo o que você vê, você vê, na verdade, realmente muito pouco. Grande parte de tudo o que você vê, das imagens que você percebe, você cria com a cabeça a partir do que você jà tem dentro dela, a imagem que realmente existe è muito simplificada prà poderser absorvida. Eh muito mais fàcil absorver assim. Você olha uma àrvore e, um segundo depois, o que fica dela é "ela é verde-escura, as folhas são médias, ela é alta". Mas, tente se lembrar se o galho curva prà direita ou prà esquerda, as cores exatas de uma folha, que normalmente têm o branco de uma fonte de luz refletida numa borda, o escuro do sombreado em outra borda, e isso é diferente prà cada uma porque cada uma està numa posição diferente... Ela é, no màximo, 80% verde. Mas "verde" é a aproximação com a qual você se contenta.

Do alto de nossa vontade de jà ter conhecido muito do mundo, e do conforto que é a gente continuar com tudo bem organizado na cabeça, a gente muitas vezes acha que não vai existir ninguém muito diferente de tudo o que você jà viu. E esse sentimento nos impede, muitas vezes, de enxergar o diferente nas pessoas. Com o seu conjunto de conceitos, você descreve cada coisa que enxerga e conhece, e com isso reduz muita coisa que é um absurdo de bonita a qualquer repeteco de coisas em sua cabeça, e acha que aquilo é mesmo so mais um mais-do-mesmo, e perde a chance de conhecer qualquer coisa nova, nova.

Hà, porém, vezes em que as coisas não acontecem bem assim. De uma em cada centena, milhar de coisas muito fantàsticas que passam pela sua vida, em uma, por uma sorte imensa, você repara. Você reconhece, num momento de disposição e generosidade com o mundo, alguém que tem algo de absolutamente novo. Idéias nas quais você nunca havia pensado antes. Não é que eu nunca houvesse trombado com elas, mas nunca realmente as tinha absorvido. E, de repente, depois de 1 mês ouvindo aquilo, depois de toda a vida a esbarrar com elas, de repente, um dia, tudo aquilo parece fazer grande sentido, e cada palavra dita pela pessoa se encaixa num todo coerente. Não é como era antes, quando a paixão sincera com que a pessoa defendia a idéia não correspondia ao que você julgava que a idéia valia, ou quando algumas palavras não pareciam estar no lugar certo no discurso mas você julgava que a pessoa havia mesmo as utilizado muito mal. Não, agora tudo é um todo coerente, e tudo faz sentido. Eh novo, diferente, coerente, e não é nada em que você havia pensado antes. E estava ali o tempo todo, e era igualmente diferente o tempo todo.

Esse sentimento, o sentimento de reconhecimento de qualquer coisa absolutamente nova, sempre foi o sentimento mais extraordinàrio de que eu posso me lembrar. Esse, e o sentimento de ter criado ou feito algo realmente bom, são os melhores sentimentos que eu jà senti. Sempre que eu os sinto novamente, é como se tivesse nascido de novo. Me recriado junto com o que eu criei, Me redescoberto com o que eu descobri, nascido de novo junto com o que realmente nasceu de novo e de bonito em mim, novos conceitos, novas formas de abordar o mundo e de pensà-lo.

Eu penso muito na juventude como a capacidade de absorver o novo. Não é adaptação, o que é muito diferente, mas é a criação de novos conceitos, de formas novas de observar e interpretar tudo. E na velhice como estagnação dessa capacidade, ou como a estagnação no confortàvel que é um mundo jà todo conhecido, explorado e entendido. Passar muito tempo sem descobrir nada absolutamente novo é prà mim muito ruim, principalmente quando esse periodo é comparado com os periodos em que você curte algo que nunca havia sentido antes.

Nos ùltimos 3 anos de Brasil, em São Carlos (mais os agregados naturais do nùcleo sancarlense, claro, dos quais eu hoje tambèm faço parte, na qualidade de primeiro correspondente internacional da Rep Baço Reloaded, seguido pela Karina) eu estive integrado num grupo que passou um tempo estabelecendo um grande conjunto conceitual conjuntamente, grupo que eu abandonei no auge, até então, dessa construção. Hà muitas expressões que eu adoraria ter ouvido nesse mês, usado em muitas discussões interminàveis, ouvido muitas piadas de um humor com o qual eu jà sei perfeitamente lidar, entendê-lo, aprecià-lo. Expressões que são de propriedade do grupo, que nos permite identificà-lo e nos sentirmos confortàveis dentro dele, e também expressões que são propriedade individual, pertencem à idiossincrasia (numa escolha de palavras metalinguistica, sendo esse um parênteses metalinguistico e também uma homenagem ao amigo mais idiossincràtico - se a escolha do termo não é correta a mensagem certamente està corretamente estabelecida - que eu jà tive a honra e o prazer de conhecer) de cada um, a imagem de cada um que é facilmente identificada, apreciada, amada. Eu carrego na minha linguagem os identificadores do meu grupo, e carrego também meus proprios identificadores, que não pude utilizar aqui nesse primeiro mês. O quanto é dificil não utilizà-los é algo que ficou bem claro prà mim, nesse periodo.

No fim desse mês, ontem e hoje foram os dois primeiros dias em que eu assisti a reproduções de situações reais à televisão daqui - filmes, séries de TV francesas - e pude compreender razoavelmente quase todas as palavras dos discursos, considerando a velocidade e os coloquialismos das conversas cotidianas, e passei grande parte da noite conversando sobre assuntos diversos, conseguindo fazer as pessoas rirem das minhas historias, entenderem meus sentimentos e impressões de maneira até então inédita. Estou conseguindo, finalmente, começar a estabelecer o meu arcabouço conceitual de maneira mais ou menos completa em francês, me exprimir e me traduzir razoavelmente pros francofonicos. Ontem, houve a festa de confraternização entre as familias de acolhimento, os politécnicos e a escola de linguas de Villeneuve, aqui na escola. E eu fiz um pequeno discurso como o porta-voz dos alunos - simples e pequeno, é evidente que sim, mas correto e proprio prà situação -, de improviso, agradecendo os pais, a escola, deixando uma mensagem de amizade, e fazendo uma piadinha ao fim! Foi um absurdo de legal.

Faz 3 dias que a amendoeira da frente de casa floresceu. A primavera começa a chegar devagar, em Villeneuve. Paul disse que ela demorou, esse ano, a amendoeira costuma florescer no meio de Fevereiro. Mas o inverno parece que està finalmente indo embora. Hoje, eu fui ao campo com a Marise, na casa de uma prima dela, e ela me mostrou um grupo de pàssaros que estão migrandode volta ao Norte, vindo da Africa. Ela me disse que, quando isso é visto, é porque não vai mais fazer muito frio. E eu estou indo prà Paris. Prà falar a verdade, morar com uma familia foi uma experiência ùnica e muito legal, mas cansa muito, voltar a ter de dar satisfações, voltar a ter de dormir cedo, passar fins-de-semana em programas cotidianos. Està acabando na hora certa, quando eu começo a sentir falta de novo da vida de estudante.

Em resumo, estou voltando a morar sozinho; começo a conseguir me exprimir em francês da forma como um dia eu quero me exprimir, plenamente, com minhas idiossincrasias. A fase definitiva da estadia na França parece que vai começar. Devagar, claro, tudo demora um pouco. A felicidade, a primavera, tudo chega devagar, e néao é uma chegada mesmo continua. Mas estou muito otimista quanto à possibilidade de estabelecer uma boa vida por aqui, nestes anos.

Uma ùltima noticia, quanto a estabelecer minhas idiossincrasias: Hoje, descobri, lendo um gibi do Tintin, que a expressão "De qualquer forma" existe aqui... "De toute façon"! Eh oficialmente a minha primeira marca em francês.

De novas noticias, chego Sexta-feira, ao meio-dia daqui, a Paris. Sexta-feira à X, vai ser um dia de boa burocracia francesa. Dai, um final-de-semana prà se situar, e então o inicio das aulas por là na Segunda.

Vou ficar por aqui. Ah! A foto do texto é minha, mesmo. Eu tirei na feira livre daqui, que aliàs é muito legal. Eh tradicional e muito antiga, como muita coisa desse lugar. Acontece na praça central da cidade, todos os Sàbados.

sábado, 24 de fevereiro de 2007

Narbonne











Ai estão:

- O canal de Narbonne, no meio da cidade;

- Uma imagem da paisagem Mediterrânea muito caracteristica: Abaixo, uma parreira, prà produção de vinho. Nessa região, quase toda a zona rural està ocupada por parreiras, que, segundo o tio da Marise, é uma das ùnicas coisas que vão bem por là. Depois a vegetação caracteristica do clima mediterrâneo, "garrigue", esse monte de vegetação baixa, espinhosa, num solo meio pedregoso. Depois ainda, as colinas de pedra clara, quebràveis se você andar sobre elas. No caminho entre Narbonne e a praia de Narbonn, que dista 8km do continente, é sempre assim.

- Uma foto do interior da Catedral de Narbonne. Eu não consegui uma boa foto do exterior dela, então fica o registro de dentro... Prometo me esforçar mais em Notredame, ou ao menos encontrar uma foto na Internet... De qualquer forma, esse interior é muito frio, pois a Igreja é de pedra e muito alta. Muito alta, mesmo. Essa foto dà uma pequena idéia de como é tudo por là. é muito diferente das catedrais no Brasil, por exemplo. essa é muito mais macabra.

- Prà comprovar o "macabra": Esse é um pequeno mosteiro ao lado da Catedral. Nas colunas, reparem nos detalhes dos gàrgulas, acima. Hà, dentro da catedral, um tùmulo de um bispo com caveirinhas desenhadas!

- Uma casa muito bonita no centro de Narbonne, com palmeiras à frente. Aqui em Villeneuve não hà palmeiras, isso é tipico do clima mediterrâneo também.

- O mercado municipal de Narbonne. Essa foto é da banquinha de queijo de leite de cabra, so!! O de queijo de leite de vaca é muito grande,também. Essa é so prà causar inveja... Hà isso em todo lugar, aqui, na França, não so em Narbonne, hehe

O Mar Mediterrâneo!


OK, essa praia tà uma bosta. Fria, o céu tà nublado, a àgua um gelo, totalmente sem graça.

Mas é o Mar Mediterrâneo!!! Então, respeito, por favor

é, eu conheci, na mesma viagem de Carcassonne, o mar mediterrâneo, e uma cidade que se chama Narbonne. Narbonne foi a primeira vila fundada pelo Império Romano fora da Itàlia, ainda na segunda expansão do Império, prà fora dos dominios da "botinha". Hoje, é uma cidade muito bonita, com um canal artificial e uma grande catedral gotica. Alias, a primeira catedral gotica que eu vi por aqui, e isso é realmente muito legal. Não vou falar muito dela por aqui, porque o melhor sobre catedrais goticas com certeza ainda està por vir, que é Notredame, claro, em Paris. Essa sim, acho que vou encher o blog de fotos dela. Por enquanto, ainda estou vendo coisas de Paris por livros de turismo aqui da minha casa. A Karina, certeza que ela tem uma sorte muito diferente da minha, claro. O ultimo scrap dela dizia
"Paris!
Absurdo!!!",

então acho que por là tà tudo bem...

Minha familia por aqui + Carcassone



OK, aqui vai a primeira foto da minha familia aqui na França. Finalmente, eu vou apresentà-los devidamente. Da direita prà esquerda, sou eu, o Paul, a Marise, a Audrey e o Arnaud.

Eu jà falei um pouco de cada um deles por ai, então fica a foto. E a homenagem também, ainda que eles não conheçam esse blog, porque eles são realmente muito legais e acolhedores. A Marise, principalmente, acho que isso jà ficou um pouco evidente aqui. Nessa semana, ela tricotou um cachecol prà mim, por conta do frio de Paris, e hoje me deu de presente um CD duplo da Françoise Hardy (!!!!!!!). Françoise Hardy é uma cantora da chanson française, a mùsica daqui dos anos 60, 70. Um pouco romântica, um pouco influenciada pelas baladas de rock da época. Tem uma mùsica dela, Amitié, que està nesse CD, que està no final do filme "Invasões Bàrbaras".

Nesta Terça-feira, ela também me mavou prà matar aula. OK, eu explico melhor. Ela conversou com o pessoal da escola, e pediu prà mim ir viajar co ela. Eles deixaram. Então, nos fomos, eu, ela, a mãe dela e um tiuo dela, prà 2 mugares muito muito legais: Carcassone e Narbonne.

A segunda foto desse texto é de Carcassone. Não sei se vai dar prà perceber o absurdo de legal que é o lugar, mas Carcassone é uma vila cercada por 2 muralhas. Militarmente, é um sistema que, na Idade Média, era praticamente inviolàvel, pois a passagem de uma muralha deixava o inimigo preso entre a primeira e a segunda, à mercê das forças da cidade, que estariam nas vàrias torres espalhadas pelas muralhas. Dentro delas, estava toda a vila, o castelo do nobre e uma catedral romana, o estilo de construção das catedrais anterior ao gotico.

Outra coisa muito legal nessa cidade é que ela teve grande importância numa historia que eu nunca tinha ouvido: Ela abrigou um foco de resistência, por mais de 100 anos, de uma religião que existiu na Idade Média, CONTRàRIA à Igreja Catolica. Claro que a existência dessa religião, cultuada por muitos nobres da época numa região da França que abrangiu boa parte do sul desse pais, tem fortes razões politicas de oposição ao poder da Igreja. Mas algumas de suas caracteristicas são muito interesssantes.

Essa religião, que surgiu no século XII, em 1165, e so foi eliminada pela Igreja nas Cruzadas do século XIII, tinha seus fiéis se denominando cathares (puros, em grego). Amgumas de suas caracteristicas: O conceito de dualidade, duas forças opostas participando da criação do mundo, trazida do oriente: o bem, ou o mundo espiritual, e o mal, ou o mundo material; grande coerção moral e negação do sensualismo, do casamento e da procriação (!); aprovação do suicidio (!!!!!); abstenção de carne, com exceção do peixe.

Eu achei muito interessante principalmente a aceitação do suicidio. Eu acho que esse é um dos maiores tabus da cultura ocidental. Ainda hoje, é considerado crime no Brasil e em muitos paises. Um assassino, um estuprador, todos podem receber a bênção de um padre quando mortos, mas não um suicida.

Carcassone tem, hoje o status de patrimônio cultural e historico da humanidade, conferido pela UNESCO. A unica coisa ruim é o comércio na cidade, que é realmente grande e descaracteriza um pouco a coisa. Acredito ser um mal necessàrio,; pois é a ùnica forma de se preservar o lugar, mas não deixa de ser um pouco incomodo ver todos os locais da cidade, que não a Igreja e o castelo, serem hoje lojinhas prà turistas. Tudo é organizado, não hà banquinhas de camelô, e na verdade hà até pessoas que habitam o interior das muralhas. Hà uma outra vila, aos pés da cidade cercada, que é até grandinha.

domingo, 18 de fevereiro de 2007

Um pouco do Brasil


Prà mudar um pouco... Pelas minhas saudades, vai um pouco do Brasil. Essa foto é de uma boa noite de férias de Adamantina.

Por aqui, não participo de uma boa noite dessas hà um tempo. E, me desculpe o estranho da foto, mas o significado é claro. Eu estou prestando homenagem, ao lado de amigos, ao Brasil e à nossa vida dai.

Muita vontade de participar dos bons rituais novamente...

Pujols, Penne D'Agenais e um pouco do meu livro de sociologia


Nesse Sàbado, conheci 2 cidades proximas daqui, Pujols e Penne D'Aganais. Ambas são muito antigas, de antes do século XIII, mas muitas construções, apesar de muito antgas também, nao são da época da fundação da cidade.. As duas têm porta de entrada pro centro velho, o que era coum à época, prà proteção da cidade. Dentro dessas portas, tudo é como se se estivesse numa vila da época, bem conservada. As construções são de pedra, e os tijolos so preenchem os espaços entre as grandes pedras. As ruas, vielas, todas com uma geometria bem não-trivial. AS duas fotos desse texto são da entrada de Pujols e do centro de Penne D'Agenais.

à noite, eu fui ao teatro, ver uma peça de balé, ou simplesmente dança, contemporânea. Muito legal, tudo muito bem feito. Smples, somente 6 dançarinos, mas muito legal. Na volta, a Marise me aconselhou a não voltar por uma determinada àrea do centro antigo da cidade, e os motivos foram tais que foi irresistivel, pra mim, passar por ali e observar tudo calmamente, de forma que não so voltei por ali como andei um pouco pelos arredores. Eu me explico.

O lugar a que ela se referia é onde fica a lan house em que eu compro um cartão que me permite ligar prà casa por um valor bem pequeno. Eu pago 7,62€ prà falar por 220 minutos. Essa lan house é de um cara que tem um semblante mouro, com bigodes, sotaque e tudo. O local, a rua e uns arredores, como contou Marise, foi aos poucos sendo comprado por migrantes àrabes, de forma que hoje em dia ele tem uns restaurantes tipicos, as casas são ocupadas por eles. Eh um gueto, num lugar com apenas 20000 habitantes. Marise disse que houve, numa dada época, trafico de drogas e de mulheres là, mas que hoje não hà muito, segundo ela sabe. O posto de policia foi transferido pro local, pra repressão de tais praticas.

Eu não vi nada no local, paenas um carro que estacionou e chamou alguém em uma casa a alta voz, e umas ruelas realmente escuras. Mas era tudo parecido com o centro da cidade, também. Apenas um pouco mais escuro, com algumas luzes que não funcionavam bem, piscando, uns neons antigos. 2 restaurantes tipicos qe poderiamos chamar de "mal-frequentados", e umas vitrines de decoração tipica não-iluminadas. Umas lojas abandonadas. Na frente da lan-house, ainda aberta, uns garotos conversavam em francês, mas o semblante era claramente estrangeiro.

Eu achei muito interessante o fenômeno por aqui, num lugar tão pequeno e interiorano. Eu não sei ao certo se isso é muito ou pouco comum, mas arise jà me disse que existem muitos imigrantes na França, e q são um problema às vezes. Ela não é xenofoba, longe disso prà falar a verdade. Ela ee as dificulddes deles, mas falou em termos do dinheiro do governo que vai embora, coisas assim. Aqui em Villeneve, uma cidade pequena, não hà emprego que os franceses não ocupem, por isso acho que, prà ela, a França não ganha com isso.

Eu nao tirei nenhuma foto do lugar, claro. Não levei câmera. Mas o relato é fiel :).

Bom, é isso. Hoje acordei com saudades de tudo - principalmente todos - do Brasil, e pra completar comi pombo no almoço. Criado em cativeiro, claro, mas cinza, gordo e mal-encarado com certeza.

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

Correção da mensagem anterior, mais a primeira foto decente dos bixos em Villeneuve


Bom, o primeiro topico hoje é uma correção que também me deixou chocado: A sala de torura do castelo de Biron é totalmente falsa!, montada prà um filme norte-americano!!!

Isso é um absurdo, eu fiquei muito triste quando descobri.Faz sentido historico não ter uma sala de torturas ali, mas me sinto muito enganado...

OK. Prà compensar minha informação falsa, ai vai uma foto de nosso happy-hour de hoje, num barzinho chamado A Taverna. Da esquerda prà direita sou eu, Victor do Rio de Janeiro, Iana da Poli-USP, Leonardo do Chile e Davi, da UNICAMP. Juaquin, Francisco - ambos do Chile - e Alfredo, do México, não estão conosco.

Ah! OK, um pouco de inveja é bom, não faz mal: Estamos tomando um chopp da Guinness, MUITO MUITO bom.

Bom, é isso. Ah! Que não fique a impressão, com fotos de cerveja e castelos, de que não estamos estudando francês, não, senhor. Castelo é château, cerveja é bière. Chopp? Bière au pression.

domingo, 11 de fevereiro de 2007

A sala de tortura!!! - Biron


Porque nobres do século XVIII ainda sabiam se divertir bastante. Certas tradições a gente dificilmente esquece. (correção na mensagm acima!!)

A capela, Iana, e a entrada do castelo de Biron


O titulo explica quase tudo. A capela fica à esquerda. Eh uma vista interna do castelo.

Outra vista do castelo de Biron




Acho que aqui dà prà ver melhor os detalhes do telhado, as janelas, as intenções estéticas, tipo "castelo da Barbie", mais claras. Na primeira foto, também se pode ver a parte de tràs do castelo, menos bem trabalhada.

O castelo de Biron


Este é outro castelo, de um estilo completamente diferente. Ele foi construido no século XVIII, e por isso jà apresenta as paredes de pedra lisa. Alguns aposentos apresentam luxos suplementares, como paredes, chão e teto completamente forrados de madeira, e chão de madeira em vàrios deles.

Hà uma grande capela no seu interior, e nessa época a Igreja jà não era mais uma grande proprietària de terras. Os telhados são mais bem trabalhados, e a finalidade jà não é mais militar (se bem que o catelo era bem preparado para um possivel ataque, com a porta bem guardada e possibilidade de ser fechado e subsistir por um tempo).

A frente do castelo de Bonaguil, vista do jardim da Marguerite


Graças à Marguerite de Fumel, a gente pode tirar uma foto e colocar toda a frente de castelo nela. Isso é que é arquitetura visionària, prevendo o imageamento em pleno século XVIII

Verdade seja dita, graças à Revolução Francesa também, que demoliu as torres e reduziu o castelo prà nossa fotografia.

Ah! Estes comigo são a Iana e o Victor, dois brasileiros que entraram comigo à Polytechnique. Esta não é uma boa foto de apresentação, mas fica o registro.

A vista do castelo de Bonaguil


Os donos do castelo tinham essa vista de todo o redor do castelo, podiam ver muito longe. Observar o inimigo que chegava - e espero que não chegue -, e se os camponeses trabalhavam a terra.

Fim-de-semana: Os castelos de Bonaguil e Biron!!!


OK, este foi o meu segundo final-se-semana em Villeneuve (o primeiro foram os meus primeiros 2 dias por aqui, dado que cheguei na Sexta à noite), e o primeiro em que eu pude falar francês e entender razoavelmente as conversas dos franceses, que quando falam ràpido tornam a compreensão um pouco complicada.

E, eu conheci 2 castelos que ficam no departamento em que eu estou, o Lot-et-Garonne! Uma região administrativa, qualquer uma das 22 que existem aqui, é dividida em alguns departamentos. Eu vivo na região administrativa de Aquitaine, cujo centro administrativo é Bordeaux, e ela é dividida em 4 ou 5 departamentos, um dos quais é o meu, Lot-et-Garonne. A França tem 95 departamentos dentro do seu territorio europeu.

O primeiro, no Sàbado, foi o castelo (château) de Bonaguil, que fica na cidade de Fumel. Ele é um château fort, ou um castelo feito para ser uma fortaleza militar, nos séculos XIV-XV. Eh, portanto, da Idade Média. Esse tipo de castelo não é muito comum por aqui, e por isso foi sorte ter um por perto. So hà um desses no meu departamento. A foto no inicio do texto é desse castelo.

Apos ele ter sido construido, ele passou por muitos donos. O nobre que o levantou, o fez para fins militares, mas esse castelo nunca enfrentou uma batalha. No século XVIII, uma nobre chamada Marguerite de Fumel o redecorou, e por isso ele tem um jardinzinho de onde as pessoas podem admirar a grandeza das torres frontais, fortes e altas, e os aposentos dos nobres também não conservam a cara do resto da construção; por dentro jà apresentam reboco nas paredes e chão de um piso liso, ao contràrio das paredes originais de pedra irregular. Esse aposentos ficam na parte mais alta que se vê na foto, o "keep".

Originalmente, o mais alto do castelo não era o "keep", mas sim a torre frontal, a mais larga, à esquerda. Ela representava o poderio da familia de nobres que habitava o castelo. Durante a Revolução Francesa, porém, esse simbolo de poder foi demolido. A torre teve sua altura reduzida quase pela metade, assim como todas as outras torres perderam seu telhado, com exceção do "keep". Quartos que existiam no lado sul do castelo (à direita, na foto) foram completamente destruidos. A grande maioria dos castelos da França também foram estatizados, como esse.

sábado, 10 de fevereiro de 2007

Elocubrações sociologicas de bistrot I


OK, vai uma tentativa de registrar o que eu pude ver e entender do lugar em que eu estou nesse pouco tempo.

Antes, essa ao lado é a casa em que eu estou morando durante Fevereiro. Eh bonita, e fica na cidade apesar do grande quintal. Da rua em que ela fica, so se vê uma pequena entrada, e quando você entra, voilà! Eis o grande quintal e a casa no centro.

E o primeiro registro é que o lugar em que eu estou, uma cidadezinha num vale do sul da França, tem costumes muito mais parecidos com os do Brasil do que eu imaginava que fossem. Acho que uma boa frase, prà começar, é "são europeus, mas são latinos também", uma frase que eu tinha ouvido jà no Brasil e que pude constatar aqui.

Eu imaginei um povo bem mais organizado, e por isso bem mais frio no trato. O que eu vi é que hà coisas realmente mais organizadas, como o trânsito, por exemplo. Como a Marise me disse, dirigir é seguir as instruções da sinalização com atenção, e é verdade mesmo; por aqui e em Paris, que é o que eu vi, tudo é muito bem sinalizado.

A organização politica também é diferente do Brasil. A descentralização politica é muito mais forte por aqui. A França é dividida em 22 regiões administrativas desde a década de 80, com o governo do François Miterrand, e elas têm grande autonomia. Eles, às vezes, chamam essas regiões de "pays", um pais. Isso é muito interessante, cada regiãozinha dessa tem uma identidade muito grande, construida ao longo de centenas de anos de historia, e tem hoje autonomia politica prà tomar grandes decisões administrativas sozinhas.

Por outro lado, quando fui ao banco eu vi uma fila muito parecida com uma do Brasil: As pessoas não estavam dispostas em linha, estavam sentadas, e existia aquela sutil desorganização que permitia a conversa, a ligeira confusão quanto à ordem de chegada (so o suficiente prà exigir uma conversa prà colocar tudo em ordem), bem parecido com o Brasil. As familias, os costumes, tudo muito parecido. Na minha casa, o marido e a mulher trabalham, ele no correio, ela é professora primaria; ela cozinha, e cozinha muito bem. O marido lava a louça à noite. Eles assistem à televisão aberta francesa, nada de canais pagos, e os 6 canais abertos daqui são ruins como os do Brasil. Mas eles não gostam de tudo o que passa na televisão. A Marise assiste telefilmes à noite. Telefilmes são filmes feitos prà TV, não passam no cinema e têm orçamento menor que os ultimos. Isso substitui a novela. Eu vi um desses, sobre uma senhora viuva parisiense, uma avo mas ainda bonita, que se apaixonava novamente por um pintor depois de muitos anos sem se apaixonar, e os filhos, jà adultos, dois casados, estranharam no principio. Havia metàforas!! O vermelho no chapeu dela quando ela saiu pela primeira vez com o cara, o netinho oferecendo uma bala vermelha à avo... Era um filme bonitinho. O marido não assiste telefilmes, assiste ao futebol, à previsão do tempo que passa à noite.

A televisão tem programas de auditorio, tem jogos com atores locais, jogadores de futebol, rugby, cantores. Eu vi o Zinedine Zidane num programa de variedades levar facas de um atirador de facas. A televisão daqui passa muitos clips de musicas norte-americanas, e o cinema tem muito filme norte-americano tambem.

Por outro lado, uma cidade pequena como Villeneuve tem um teatro municipal muito bonito, e eu vou ver esse mês um espetaculo de bale contemporaneo e um de musica erudita. A cultura acontece mesmo em cidades pequenas, ainda que pouca gente procure ela, de qualquer forma.

Os carros pàram pros pedestres passarem, ao menos a maioria deles. Hà jovens com motos velozes, motos barulhentas, hà poucos jovens que se vestem com roupas escuras e maquiagem. Hà jovens que passam com o radio do carro ouvindo musica norte-americana alta, rap, musica pop. Muito pouca musica francesa. A Marise me emprestou um CD de musica antiga francofonica romantica pra mim, do Jacques Brel, um belga, e ela traduz comigo as letras. A fiha achou graça, não ouve isso. Arnaud achou legal, mas também não ouve.

A filha, Audrey, estuda direito em Agen, uma cidade media a meia hora daqui, e quer ser tabeliã, trabalhar num cartorio. Isso parece um pouco diferente, os poucos jovens que eu conheci sabem bem o que querem fazer. Eu so conheci jovens filhos de amigas da Marise. Arnaud trabalha com algo de informatica em Toulouse, uma grande cidade a umas 2 horas de Villeneuve.

Os franceses compram muitas flores por aqui, hà 6 floriculturas. Hà mais bancas de jornal, tambem. Hà muitas igrejas, mas não muitas missas. Hà muitos catolicos, mas poucos frequentadores assiduos.

Eu vi alguns imigrantes, mulheres de lenço na cabeça. Hà muitos portugueses por aqui, que vieram na decada de 70, 80, para trabalharem como empregados em casas, em serviços menos bem remunerados.

Eu não vi suburbio em Villeneuve, e mesmo em Adamantina existe um grande suburbio.

Bom, vou parar por aqui. Acho que fui muito descritivo, mas essa era mesmo a minha intenção, evitar os julgamentos tanto quanto possivel. Claro que isso não é possivel, blà, blà, blà, mas tudo bem.

A bientôt,

terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

Voilà Villeneuve!


Bom, essa é Villeneuve sobre Lot. O Lot està ai, e a Igreja de Santa Catarina, que fica na praça do centro da cidade, do outro lado do rio, mostra sua torre. Essa Igreja é recente, apesar de a cidade ter igrejinhas e construções datadas do século XIII, quado ela foi fundada como uma bastilha, uma construção militar. Esa Igreja é onde seria o centro da bastilha, à época. Estou tirando a foto de sobre um pequeno porto, de onde saem os barcos a remo dos Villeneuvois (habitantes de ...) praticantes desse esporte.

Eu moro prà direita da ponte que està atràs da ponte evidente da foto, dà prà ver se fizer um esforço.

Amanhã ou depois de amanhã, prometo responder às mensagens mandadas (obrigado!) e escrever o primeiro capitulo das minhas jà intituladas "Pequenas elocubrações sociologicas de bistrot". Prà elucidação, "de bistrot" porque "de bar" é no Brasil...

Recepção en rouge


A festa de recepção, com o grupo de mùsica latina, jà citado.

Eu tinha tirado uma foto do pessoal do Brasil que està comigo aqui em Villeneuve, mas està ainda pior do que esta...

Arranjarei outra em tempo.

Primeiros passos na Europa + primeiras conversas


Aos poucos, vou ilustrar minha primeira rapsodia contada logo abaixo.

Esta foto ilustra o enorme aeroporto de Madrid mais a primeira pessoa que conheci nessa minha viagem, a Iana Moussa, com quem jà tive o prazer de tomar cerveja duas vezes, na festa de recepçao à Polytechnique e no primeiro "happy hour" de Villeneuve, apos nosso curso de francês.

sábado, 3 de fevereiro de 2007

Primeiras impressões


Finalmente arranjei um tempo prà postar algo por aqui.

A primeira observação é sobre o maldito, maldito teclado francês. Isso vai ficar cada vez mais evidente no texto. A primeira foto da França, e me perdoem os que esperavam a torre Eiffel - que, até agora, eu soh vi de uma distancia de 500m, num dia nublado, enquanto ia para a estação de trem a caminho de Villeneuve - vai ser do teclado francês. Preciso descarregar minhas frustrações aqui, e também justificar meu texto mal acentuado; logo eu, orgulhoso do meu português ao MSN... Não dà.

Vou fazer aqui um pequeno roteiro do que o orgulho francês de ter seu proprio teclado, diferente do americano, me causou.
Primeiro, o mais filho da puta: Trocaram o lugar do A.
O lugar do A. Não é qualquer coisa, sabe... Outras letras menores que estão por ai é o Q, o W, o M.

O ponto final precisa ser acessado com shift, qssim como todos os outros nùmeros. As vogais com acento agudo francesas, num duro golpe aos seus primos latinos, estão inseridas no teclado, de forma que o acento agudo não està.

Meus veteranos me disseram que é possivel virar um bilingüe, podendo, depois de se acostumar a escrever por aqui, voltar ao Brasil com um tempo pequeno de readaptação. Eh o que eu espero

Vai, agora, um resumo objetivo da minha curta estadia aqui na França. Nada vai ser tão detalhado assim no futuro, mas também nada vai soar tão diferente assim; então està justificado.

Conheci pessoalmente (antes, soh por telefone e-mail) uma garota que vai estudar comigo, Iana, no areoporo, e embarcmos juntos. Cheguei no dia 1 de Fevereiro, em Madri, num frio de -1°C, que eu não senti por não ter saido do aeroporto, um aeroporto tão grande que existe um metrô dentro dele prà você andar entre os portões de embarque. Pode demorar até 40 minutos, entre caminhadas, escadas, elevadores e metrô, prà você chegar ao seu destino. Esse tempo é indicado embaixo das placas que dão as direções, num "não desista, é longe mesmo!" madrileno qté que simpàtico.

Em Paris, às 10h50, havia um de meus veteranos, Gustavo, e uma das responsàveis pelos alunos estrangeiros, nos esperando. Fomos à X (é o apelido da Polytechnique entre os alunos, professores e funcionàrios), e nos mostraram nosso quarto, individual. Depois, o Gustavo nos levaram prà almoçar (você pode comprar vinho no almoço mesmo/ tem queijo Brie e gorgonzola, pelo menos todos os dias incluido no preço do bilhete normal/ o hamburguer de vaca é muito, muito cru por dentro/ você tem direito a um prato quente, um prato com salada e algo entre queijos, sobremesas e outras saladinhas, e os sucos são gràtis), e conhecemos muitos outros veteranos e bixos, brasileiros e hispanofônicos (chilenos principalmente) Eles andam muito juntos por aqui. Todos fomos conhecer a X, que é bem grande.

À noite, nossos veteranos brasileiros e amigos deles nos prepararam uma recepção muito boa, na sede do Kes (o grêmio da X), com direito a cerveja, crepe feito por eles e roda de musica latina (o que, no caso, é um grupo que tem pandeiro, violões, um cavaquinho e mais alguns instrumentos de percussão, e tocam samba, principalmente, e latinidades em geral, muito legal). A festa não durou muito, mas conheci muita gente muito legal. Ah! Revi a Silvia e o Bottini (aqui ele é Jambon, presunto em francês) na festa.

No outro dia, burocracia pela manhã, e trem a Agen, passando por Bordeaux e muitas plantações de vinho (ou da uva, primeiro), depois ônibus a Villeneuve Sur Lot - Villeneuve sobre Lot, um rio que passa por aqui, à tarde.

Em Villeneuve, eu ficarei um mês na casa de Paul e Marise, meus pais por aqui. Eles têm dois filhos, Audrey e Arnaud. Marise é responsàvel por mim, muito simpàtica. Tem me feito ouvir muita coisa em francês, e gaguejar um pouco em francês também. Eu vou ter 7 horas de francês por dia, durante 4 semanas. Hoje conhecemos a cidade, muito bonita e antiga. Vi pelo menos 2 monumentos por conta da Segunda Guerra, e um parque de diversões daqueles itineràrios, como os do Brasil.

Villeneuve tem um sitio na Internet, http://www.ville-villeneuve-sur-lot.fr/, e é legal de se ver do Google Earth. As coordenadas são 44°24'18"N, 0°42'22"E. Minha casa fica proxima da ponte mais ao Sul, considerando apenas as 3 pontes do centro da cidade. Eh a ponte do local exato das coordenadas acima.

Bom, é isso. Ah! Na minha casa, o lugar prà se tomar banho, salle du bain, não tem privada, soh pia e chuveiro; e é a ùnica pia prà higiene pessoal da casa: Todos os toilettes, quartinhos com privada, não tem pia!!! E eles não sobem até a pia prà lavar as mãos depois, claro.

Essa postagem foi um exercicio de paciência... Espero tê-la prà continuar. Tempo eu jà tenho, de sobra.